(edmar alves, em março de 1997)
pela paz
pela natureza
… s e r n a s c e n t e …
I. o homem
deito-me
ao chão
e deixo que essa garoa
acaricie meu rosto,
que essa brisa,
conselhos e recados
sempre em meus ouvidos
segredos confidenciados só a mim
e
assim
descubro
uma nova linguagem
basta olhar
a sua volta
as palavras
fazem-se desnecessárias
sem referências
somos apenas
apenas soltas e amareladas páginas
de um livro não lido
em extinta língua escrito
sem nomes
somos apenas
aquele de quem ninguém fala
aquele ao qual ninguém chama
e
assim
não nos falaremos
não nos chamaremos
sem raízes
somos apenas
secos troncos
ocos e podres
não tão raros
– de uma quase primavera –
não tão necessários
– que o fogo, a tarefa de consumir, não aceite –
II. os conselhos
sem os conselhos
que nos sopra o vento
em seus diversos tempos
não saberemos
quando chegar
ou
mesmo
se é preciso ir
– fazer ir longe nosso tão próximo eu –
III. a semente
sementes
fazem amor
sementes,
nossos habitáculos
que se abrem
– o palco se descortina –
– que plantemos uma semente
se de sementes viemos –
IV. mensagens
respiro
o verbo (a ação)
que se faz existir
por palavras que migram
migram…
…de ouvido a ouvido a ouvido a ouvido a ouvido a ouvido a ouvido a ouvido a ouvido a ouvido a ouvido a ouvido…
cor-
-das
vocais
emitem
emitem mensagens
que ecoam, que ecoam, escoam
ecoam
e s c o a mmmmmmmmmmmm…………
sons
v i a j ammmmm
sons que ouvimos ou não (ou não!)
sons, v i d a s – v i v a s – v i d a s
sons que ecoam, escoam…
V. pedido
peço que eu possa
reconhecer-me
em sons que ouço
(ou preciso de um espelho)
eu peço
– rogo a mim –
pe-
-ço (a mim)
que eu seja
i n s t r u m e n t o
de informação
i n s t r u m e n t o
de interação
de manifestação
uma linha de pipa
um abraço
uma ponte
uma fonte
a transformar
arcaicas formas
de parasitismo, de exploração, de dor, de ódio
em conexões verdadeiras
do viver, do prazer
VI. a terra
Sin-
-to,
com os pés no chão,
a energia
a energia
que da terra emana
terra
que tudo
faz viver
que tudo ama
(mesmo os que não a amam)
que faz crescer
que tudo consome
(sou adubo! consuma-me!)
VII. comunhão
Co-
-mungue
(e não resmungue… não rascunhe…)
com a terra
sinta
o pulsar
de um coração que bate
energias invadirão
seu corpo,
sua mente
– sinta, sinta só!!! –
VIII. o abraço
a-
-brace
(…bracio …brace …bracismuito)
a árvore
que o protege do sol
faça
faça…
faça
faça amor com ela
(faça amor com ela,
faça amor por ela,
faça amor nela,
faça, faça…)
fluidos corporais, vitais
darão, juntos,
vida
a um novo ser
pelo amanhecer
erga
erga suas mãos
ao sol
à lua
à chuva
saúde-os
saúde o novo ser
e assim
estará saudando
a si mesmo
– folhas regem
o cantar dos pássaros,
e todos aplaudem,
ouça! –
IX. o novo
ouça!
um riacho nos fala
sussurros nos chamam,
águas correm…
r e s p i r e
respire fundo
encha o peito
e abra a porta do esconderijo
de sua cela
de seu mundo
de deu medo
de seu… ?
olhe
para fora
e sinta algo novo
acontecer
r e s p i r e
bem… bem fundo
encha o peito
e erga seus braços
seja pássaro
veja mar
vá!
decole
voe! voe!!!………………… voe………..
X. prazeres
um olhar
espera revide
há revide?
há revide!
sentimento
e sensualidade
orgasmo
é possível ver. ver? ver!
diante
de tamanho prazer
perdemo-nos em mares
nos céus
em nomes
pela vida
e em toda a imensidão do infinito imenso
XI. recepção
os
seres
os seres…
os seres das matas
do ar,
dos rios,
dos mares e terra
recebem-nos
de braços abertos
basta
atender
ao seu chamado
– diga sim, sim!!! –
XII.
não há como
explicar
não há
porquê
não há o que
entender
basta sentir, basta!
somos
infinitas partes
de um todo
somos
gotículas
dessa tempestade que cai
somos
um entre milhares
de seres que viajam
de uma boca a outra
no
beijo de ontem
somos
um semear
de uma criança
que, sem pressa, espera
o nascer do jardim
de uma única flor
que surge
no pós-chuva
somos
somos este jardim
que está por se formar
XIII. superação
precisamos
dar passos além
atravessar o riacho, molhar-se
olhar atrás
de arbustos, de troncos, de tocas
buscar
l o n g e v i d a d e
no efêmero
– em tudo que parece
não durar, não querer ficar –
só
um sorriso
seria o suficiente
so-
-nhos
(outros, deles, delas)
os nossos,
mais íntimos
`espera de momentos…
eu vivo
existimos
XIV.
Dei-
-xemos
que fluam energias
energias
por todos os nossos poros
nossas veias
tubos, canais, vias
hoje! hoje! hoje!
e
em outros dias mais,
além-depois-agora
eu vivo
e existimos como relfexo
da vida
do mundo
na dança
na música
no sexo
no silêncio
XV. águas
ouça!
um riacho nos fala
ao pé do ouvido
águas correm
águas limpas
águas vivas como luz
que invadem
corpos e mentes
– nossos corpos parecem levitar –
des-
-encontros
são esquecidos
nãos, não lembrado
somos o esquecimento então
XVI. _____
vemos
nuvens, árvores e animais
e os amamos
as-
-sistimos
ao rio que tudo leva
ele chama
e nos convida a uma viagem
folhas e galhos
em viagem
são bons companheiros
apenas
assistimos a vida
apenas
assistimos a vida
e a vivemos…
XVII. _____
agora sei
que não há
separação entre
o riacho e nós…
entre
nós e a vida…
entre
eu e você…
já sabemos
agora
que não há
separação entre
quem cria e a sua criação…
entre
quem mata e a sua vítima…
entre
quem ama e quem é amado…
XVIII. _____
se-
-mentes
sementes
fazem amor
desertos
vêem nascer jardins
corações
dão vida a paixões
XIX. _____
sementes fazem amor
fazem amor
pé descalços
pisam à terra
ouvidos
pedem sussurros
(que ensaiam paixões)
XX._____
ah! silêncio
siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
no silêncio
no silêncio da noite calada,
ouvidos
pedem sussurros,
mas fazem silêncio
… s e r p o e n t e …
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